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Uma deficiente visual (Retinose Pigmentar), que vê a vida, como um presente à ser desfrutado.

sábado, 3 de setembro de 2016

A vida por 1 ponto de vista - Cap XVII

Deficiencia...?

Muitas vezes fiquei observando e constatando que as pessoas tem freqüências e/ou sintonias mentais que captam outras, que vivem as mesmas situações, ou pelo menos parecidas, e parece que um imã invisível as atrai.
A convivência com meu primo Eloy, que era paraplégico, desde que nasci, fez com que eu visse a deficiência como uma coisa natural da vida.
E, é!
Quando mudamos para Apiaí, no interior de São Paulo, por causa do trabalho do meu pai, meu irmão e eu, ganhamos muitos amigos que nos acolheram com tanto carinho, que nunca nos esqueceremos, mesmo com a distância e o tempo que nos separa, levando nossas vidas para para outros rumos.
A vida nos levou para caminhos diferentes, mas. o elo que nos uniu nunca será rompido.
Tenho certeza que eles, também,  lembram sempre da gente, tanto quanto nós, deles.
Um dos amigos do meu irmão, tinha sido vítima de paralisia infantil. Era arredio, sério e, segundo a mãe dele, parecia um tanto revoltado.
Acho que quando descobriu que meu irmão tinha uma deficiência visual e convivia com isso de maneira leve e natural, se sentiu mais à vontade diante das próprias dificuldades e foi se aproximando até começarem uma grande amizade.
Tenho certeza que, se tornar amigo do meu irmão, foi um divisor de águas em sua vida.; que esta teve uma participação fundamental, na melhoria da qualidade de vida psicológica dele. Principalmente por que tudo isso aconteceu numa fase tão  importante de nossas vidas: a adolescência.
Esse garoto foi se abrindo para a vida, naturalmente, percebendo gradativamente que uma deficiência não faz com que as pessoas sejam melhores, ou  piores do que as outras.
Todo mundo tem que conviver com suas deficiências, sejam elas físicas, intelectuais , sociais, ou qualquer outra.
Ninguém é dono da verdade e só esse fato, faz que que todos sejamos deficientes.
Ao longo do tempo ele deve ter percebido que usar um aparelho na perna, não interferiu em nada, na sua vida pessoal e profissional; ou que, pelo menos, essa interferência, foi muito menor do que ele temia, assim como nós, com a nossa deficiência visual.
numca deixamos de viver experiências deliciosas, e muito menos nos tornamos adolescentes e adultos amargos e introspectivos.
Sempre levamos a vida e as dificuldades com bom humor, nos divertindo com situações bizarras que passamos por causa da baixa visão.
A convivência com nosso primo Eloy, nos ensinou muito neste sentido, porque, sua tetraplegia numca impediu que ele exalasse tanta inteligência, bom humor e sabedoria  de vida.
Com o tempo, fui percebendo que existem deficiências muito piores, como: a de caráter,  de bom senso, de sensibilidade, etc...

 

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Reflexões

Para cima, e para o alto!



Se um dia, menino

A vida lhe pega

Andando sem tino

Caindo na pedra



Não fica, menino

Por causa da pedra

Como o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Um dia essa pedra

Com mêdo de alguém

Com o corpo em queda

Pode ir além

De um poço sem fim



Não fica, menino

Por causa da pedra

Com o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Silvann@____