Depois de uma acirrada campanha para convencer meu marido a termos uma cachorrinha, consegui a minha Kleine.
Em uma visita a um petshop, para ver outros filhotes, vi aquela simpática Schnauzer, pulando em um quadrado de vidro, querendo chamar minha atenção.
A moça que estava nos atendendo, me disse:
— Parece que ela gostou de você... Quer pegar?
Fiquei surpresa, porque dificilmente deixavam a gente ter contato com os filhotes.
— Posso...?
Ela disse:
— Claro! Essa fêmea já está com todas as vacinas, e vermifugada.
Fiquei encantada por ela, e pelo jeito foi recíproco porque todo mundo que entrava na luja e tentava chamar sua atenção, não tinha sucesso.
Ela se virava pra mim, e lambia meu rosto.
Como nossa intenção ainda não era comprar um cachorrinho, agradecemos e saimos da loja.
Eu, quase chorando.
Não conseguimos tirá-la da cabeça, e depois de um interminável domingo, depois de decidirmos que iríamos compra-la, llguei na segunda-feira, bem cedinho.
Ela ainda estava lá.
A dona da loja, me disse que tinha certeza que eu ligaria e ficaria com ela.
Eles me entregaram em casa, e a partir daí, minha casa foi iluminada com um brilho diferente e especial.
Um Schnauzer não é exatamente um cão-guia, mas é tão inteligente, que a treinei para não ficar no caminho, sair do sofá a tempo, quando eu ameaçava me sentar, trazer a correspondência e me mostrar coisas que caíam no chão, sem pegar, principalmente, na cozinha...
Ela aprendeu rápido e se tornou uma companheira e tanto.
Inseparável e incomparável.
No último mês, ela começou a ter tremores, e ficar enjoadinha para comer, bem diferente do que sempre foi.
Levamos ao veterinário, que além de nosso amigo é absolutamente competente.
Ele descobriu que seu fígado estava quatro vezes maior que o normal e em poucos dias foi perdendo peso e massa muscular, comendo cada vez menos.
Na quinta-feira passada, a levamos novamente a uma veterinária sensível e carinhosa.
Sua barriga estava crescendo muito, a ponto de, quase impedi-la de andar...
Ela foi medicada e voltamos com esperança de que iria se sentir melhor e voltar a comer.
Mas, ao contrário: parou de comer e recusou até água. mesmo depois de medicada.
Perceebi que não estava se sentindo bem, e a coloquei em sua caminha para que ficasse mais confortável, levei para o meu quarto colocando sua caminha com cuidado, ao lada da minha cama.
Estava ofegande e com o coração acelerado.
Tentei acalmá-la. acariciando seu pelo macio, e dizendo palavras carinhosas, junto com meu marido.
Ficamos olhando para ela, chorando e a acarinhando.
Ela deu um suspiro, e assim, minha estrela-guia se foi, deixando nossa casa, triste, vazia e sem o brilho da sua luz...