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Uma deficiente visual (Retinose Pigmentar), que vê a vida, como um presente à ser desfrutado.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Inclusão na Malhação

Na temporada 2011 da séria Malhação, exibido pela Rede Globo no final da tarde, mais uma vez, a emissora mostra a rotina de um deficiente.
Neste caso, Felipe, por falta de informação, teve perda bilateral da visão, em consequência de um câncer, e principalmente, pelo diagnóstico tardio da doença.
Não localizei no site da Globo, como enviar e-mail com a minha sugestão, pois, acho que eles poderiam aproveitar este ’gancho” para dar informações sobre acessibilidade, ou a grande falta dela, inclusão, e novidades científicas e tecnológicas, como: pesquisas com células-tronco, implantação de chips, etc....
Talvez até citarem instituições sérias como a Fundação Dorina Nowill para cegos, e os seus trabalhos tão importantes, que abrangem, desde as consutlas e diagnósticos, até os treinamentos, palestrasl, entretenimentos, distribuição de livros falados, cursos para a formação e inclusão dos deficientes visuais e cegos, no mercado de trabalho, etc...
Recentemente foi criado um curso para cegos e deficientes visuais.  
O jornalista José Roberto (Bebeto), no Informe da Fundação, da revista Veja falada, distribuída pela Fundação Dorina, aos assinantes, no dia 17/09/2011,  entrevistou Edson Defemdi.

Resumo da entrevista:

“Começou recentemente, o 1º Curso Brasileiro de Formação de Perfumistas, e este curso está sendo feito, dentro da Fundação Dorina Nowill.
Quem está desenvolvendo e organizando este curso, que até então, não existia no Brasil, é o Edson Defendi.
Ele informa que é um curso inédito no Brasil, de formação em Avaliador Olfativo, para preparar pessoas cegas e com deficiência visual, para atuar nos mercados: de perfumaria e cosméticos.
Um curso, cujo início neste mês, começa com uma turma de 10 alunos selecionados, que serão preparados para atuar como avaliadores olfativos, na área de perfumaria.
Quer dizer, cada aluno se prepara para ser... O nariz!
Eles têm que distinguir, qual a mistura dos vários produtos que compõem o produto, e descobrir se esta mistura é agradável, isto é: se funciona, se não funciona...
O que deve ser acrescentado...
Até agora, os especialistas nesta área, que são raríssimos, tiveram a sua formação prática, dentro da indústria.
Outros, que são muito poucos, com formação; porém, fora do Brasil.
Segundo o entrevistador Bebeto, Edson conseguiu “passar a perna” nas universidades, e convenceu os especialistas, a serem professores deste curso.
Edson diz que curso foca o aprendizado na distinção dos odores. e diz, com entusiasmo que este curso, é muito cativante, pois todos nós, gostamos de um bom perfume.
Bebeto cita também, a memória olfativa.
Esta memória olfativa, segundo Edson, fez parte do processo de seleção do curso; pois, o cheiro está diretamente ligado às memórias afetivas.
À partir daí, a pessoa começa a criar um repertório de aromas.
Por exemplo: o café da vovó...
Isto é muito importante na criação de um perfume.
O curso, oferece essas noções básicas, e é voltado para jovens deficientes visuais, com baixa-visão, ou cegos, com nível médio de escolaridade.
Por ser o primeiro, o curso ainda está sofrendo alguns ajustes, e conta com uma equipe de primeira linha: professores especialistas, que atuam nas indústrias; visam parcerias, para a colocação práticamente garantida dos novos profissionais, pois, a oferta destes profissionais, ainda é muito pequena.
Foi lembrado pelo jornalista, que os primeiros perfumes nasceram no antigo Egito, e que na França, existe um Museu, que conta que eles eram feitos à partir de óleos que continham pétalas de rosas, de lírios, etc, que absorviam o aroma destas flores.
Todo e qualquer perfume, é uma mistura de vários aromas, que são experimentados, testados, aperfeiçoados, com variações cítricas, adocicadas, amadeiradas... Até se chegar á combinação desejada, e ainda ter as fases, as notas, e a fixação ideal.
O aluno deste curso, conhece todos os processos, passo à passo.
Nós, leigos, sabemos que as bases principais dos perfumes, são extraídas da natureza: das flores, raízes, cascas de árvores, folhas, ervas, etc...
Apenas uma fração mínima destas bases, é sintetizada.
O universo que este aluno vai entrar, começa com a história do perfume considerado como arte.
O processo de evolução do perfume, até chegar aos perfumes atualmente usados.
Este conhecimento, dá um perfeito embasamento, para que o aluno vá para o mercado de trabalho, passando por um treinamento de identificação de aromas.
Os deficientes visuais e cegos, têm uma sensibilidade olfativa tão aguçada, que permite inclusive, que êles identifiquem o ambiente, e/ou se orientem através da memória olfativa,
Bebeto cita a sensibilidade olfativa dos cegos, que sentem o cheiro de chuva iminente.
O curso, também visa estimular esta capacidade desenvolvida, e criar situações, e treinar os alunos, potencializando suas sensibilidades olfativas, preparando-os para a fase da criação dos dos perfumes.
A primeira turma foi composta de 10 alunos, e 8 professores.
O curso também tem oficina de empregabilidade, além da capacitação técnica
 O projeto inicial, é para formar 4 turmas.
Edson afirma que o mercado está muito interessado nestes profissionais.
O objetivo é perenizar o curso, pois, é sabido, que o mercado de cosméticos, é um dos que mais crescem.
Bebeto lembra que a experiência olfativa, atinge também o mercado de vinhos (um enólogos precisa ter um bom “nariz”), e também, o mercado de cafés, porque hoje em dia, os baristas, são muito valorizados, e precisam ter: tanto um bom senso crítico no paladar, como no olfato.
Edson comenta, que em uma conversa com um dos professores, estas habilidades são chamadas de: painel gustativo olfativo.
Neste momento, Bebeto teve a idéia, acatada com muito entusiasmo pelo Edson, de um outro projeto: um curso nesta linha,
Que poderá ser planejado futuramente, com vinhos e cafés.
Edson afirma, que na Espanha, já existe um grupo grande de deficientes visuais, que já trabalham na experimentação e apreciação de vinhos, e na descrição para se criar um bom vinho, e por isto, pensou em formar profissionais desta área.
Segundo Bebeto, estes profissionais teriam uma grande chance de trabalho na regiões brasileiras: Sul, e Nordeste,
A informática e a tecnologia, também são fortes aliados para estes futuros profissionais, na inserção de dados, e na inclusão social, escolar e profissional.
Os alunos aprendem inclusive a usar as ferramentas disponíveis para deficientes visuais e cegos, que facilitam a navegação na Internet, ou na criação de planilhas, textos, etc, com ledor de tela.
— O curso — continua Edson —  vai também focar, questões específicas da empregabilidade, que é o que...? Êle, saber usar o recurso, a tecnologia assistiva própria, o Virtual Vission, o Magic... Que são programas específicos que a maioria dos deficientes visuais conhece, associados ao ambiente de trabalho: fazer uma planilha, o seu próprio currículo, escrever uma boa carta...
Bebeto lembra, que o profissional deve, inclusive, se preparar para se apresentar ao empregador, e convencê-lo que ele está plenamente capacitado, e quais as condições que êle necessita, para fazer um bom trabalho no computador.
Edson lembra que, os recursos não são apenas tecnológicos, mas principalmente, humanos.
Neste particular, existe também um apoio psicológico, nas reuniões que acontecem durante o curso, visando a segurança e a auto-estima.
Os interessados em participar das próximas turmas do curso de “Sensibilidade Olfativa e Informática”, deve entrar em contato com a Fundação através, do telefone:
11 5087-0959, e falar com a Fernanda, ou com a Monalisa (psicóloga-estagiária do setor de empregabilidade).
Ou enviar um e-mail, para: empregabilidade@fundacaodorina.org.br
O curso acontece na Fundação Dorina, em um espaço especialmente preparado. Bebeto deu a idéia de formação de grupos para a visitação monitorada, pelas instalações, e maiores informações sobre os cursos.
Edson oferece também os canais da empregabilidade, para o envio de Currículuns Vitaes, pois pode fazer a “ponte” entre os deficientes visuais e cegos, e as empresas.
Bebeto reforça, que os interessados devem entrar em contato com a Fundação Dorina, dando sugestões, e mostrando seu interesse, para que hajam investimentos em todos os níveis, nestes cursos”.

Que bom que o Brasil está melhorando cada vez mais, na questão da inclusão.
Viva!

Silvann@___



Reflexões

Para cima, e para o alto!



Se um dia, menino

A vida lhe pega

Andando sem tino

Caindo na pedra



Não fica, menino

Por causa da pedra

Como o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Um dia essa pedra

Com mêdo de alguém

Com o corpo em queda

Pode ir além

De um poço sem fim



Não fica, menino

Por causa da pedra

Com o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Silvann@____