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São Paulo, SP, Brazil
Uma deficiente visual (Retinose Pigmentar), que vê a vida, como um presente à ser desfrutado.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Resiliência

Segundo o dicionário, resiliência é a propriedade de retornar à forma original, após ter sito submetido a uma deformação. Ou o que volta forma á forma original
Ou ainda, a capacidade de se recobrar, ou se adaptar às adversidades.
É aí que eu me encaixo.
É exatamente a tradução do decorrer na minha vida, com o avanço da Retinose.
Até há bem pouco tempo atrás, eu não tinha ouvido falar nesta palavra.
Mas quando ouvi, me identifiquei imediatamente.
Ela faz parte da trajetória da minha vida.o meu cotidiano, e tenho certeza que faz parte do cotidiano de todos os portadores de qualquer tipo de deficiência.
Isto aconteceu enquanto eu assistia uma entrevista de uma terapeuta, em um programa de TV.
Ela ainda citou o velho ditado que ajuda a traduzir muito bem o significado dessa palavra:
— “O que não mata, fortalece.”
Eu pratiquei isto, durante a minha vida inteira.
Todo deficiente sabe o verdadeiro ssentido das palavras: perseverança e superação, que resulta na tal transformação, ou na luta para não perder a sua essência.
Qualquer ação natural, das pessoas que não tem nenhum tipo de deficiência, como desviar de buracos, postes degraus, etc, se tornam grandes obstáculos para os deficientes, e muitas vezes, para superarmos estes obstáculos, precisamos repetir algumas tentativas, e exigir de si mesmo uma atenção muitíssimo maior, e muitas vezes, de um prévio planejamento.
As pessoas nem imaginam a batalha que travamos no dia-a-dia, porque fazem parte de um outro mundo, mais simples, e fluente.
É como se o undo do deficiente fosse uma mundo paralelo. Um mundo que só que vive nele, conhece.
Até mesmo quem convive intimamente com a gente, não tem a noção exata destas dificuldades.
Por isso, tento levar esse conhecimentos para a maior parte das pessoas possível.
Quem sabe assim, essa linha que delimita os dois mundos se torne cada vez mais tênue, e a inclusão social seja tão natural.
Enquanto isso, nós os resilientes, vamos desenvolvendo mecanismos, ao longo das nossas vidas, intuitivamento ou conscientemente, de acordo com as circunstancias para facilitar nossas vidas.
Tenho pensado bastante sobre o rumo que a minha vida tomou.
Quantas mudanças de direção, precisei fazer em decorrência da evolução da Retinose.
Mas ao mesmo tempo, essa experiência de vida, fez com que eu me tornasse muito mais segura, determinada e principalmente, perseverante.
Nunca desisto de um objetivo, até tentar todas as possibilidades.
Me sinto em constante fortalecimento.
No alto de sua sabedoria, minha mãe sempre cita um velho ditado: ”Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada”.
Isso ultrapassa a resiliência, e vira SUPERAÇÃO!

sábado, 21 de julho de 2012

É a ANATEL quem decide?

             Há alguns dias atrás, eu soube que  pelo contrato do meu plano de telefone celular, teria direito a um novo aparelho: mais moderno, com mais funções, mais tecnologia...
Mas menos indicado para mim, ou para qualquer deficiente visual.
Para nós é muito mais confortável teclar, usar o tato, do que usar uma tela sensível ao toque, porque precisamos enxergar as opções de navegação, e ainda para piorar a sutuação as letras são pequenas e com baixo contraste.
Tudo o que nos traz mais difuldades.
Sei que já existem alguns aparelhos para uso de pessoas cegas, em Braille, mas ao contrário do que deveria ser, com preços inacessíveis.
            Não entendi bem uma noticia que está sendo veiculada na mídia, que diz o seguinte:
“A ANATEL deve regulamentar celular para deficiência visual”
“A 17ª vara civil de São Paulo determinou que a Agencia Nacional de Telecomunicações, a ANATEL. Elabore até setembro, um projeto de adaptação para uso de celulares, por pessoas com deficiência visual, em um prazo de 120 dias. 
A regulamentação deverá estabelecer normas para que sejam oferecidos no mercado. Aparelhos que indiquem de forma sonora, quais as operações e funções, que estão sendo clicadas pelo usuário cego, ou com visão reduzida.
Segundo o ministério publico, apenas alguns modelos, foram encontrados no mercado nacional, e com software leitor de mensagens, que opeera apenas nos idiomas inglês e finlandês.
Além disso, a maioria dos aperelhos com esse software é de tela sensível ao toque, o que dificulta a navegação das pessoas com deficiência visual.“
Será que ninguém pensou na possibilidade de perguntar aos deficientes, quais são sua necessidades, ou suas difuculdades, antes de tirar do mercado os aparelhos com teclas?
Tenho uma outra dúvida: será que isto é da alçada da ANATEL?
Acho mais provável que quem teria todas as condições de nos ajudar, seriam os fabricantes dos aparelhos, não?
Eu mesma, como usuária teria algumas sugestões:
Acho mais confortável para meu uso, os aparelhos com a frente deslizandote, co teclas. e com telas de fundo escuro e letras em branco. As letras não precisam ser enormes, mas sim, com uma resolução que tenha alto contraste.
 Esses recursos ajudariamn inclusive, as pessoas que já usam óculos para perto, evitantdo que fiquem dependencia deles para ler e enviar suas mensagens.
De qualquer forma, espero que as soluções sejam rápidas, para que nós, deficientes, possamos usufruir das inovações tecnólogicas, com lançamentos comcomitantes aos outros, e não como sempre vem acontecendo: com um passo atrás.

Reflexões

Para cima, e para o alto!



Se um dia, menino

A vida lhe pega

Andando sem tino

Caindo na pedra



Não fica, menino

Por causa da pedra

Como o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Um dia essa pedra

Com mêdo de alguém

Com o corpo em queda

Pode ir além

De um poço sem fim



Não fica, menino

Por causa da pedra

Com o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Silvann@____