Estou interrompendo a sequencia de publicações dos capítulos do livro, por uma boa causa, pois continuo aprontando...
No dia marcado para ir à Dra Luciana (odontologista), liguei um
pouco antes, como sempre, para que a Thalita, sua assistente, e minha guia, me
encontrasse na calçada, para subirmos juntas,
Como ninguém atendia, deduzi que o telefone estava com problema,
pois, elas teriam me avisado, no caso de algum contratempo.
Quando cheguei, com meu marido, ele não tinha lugar para
estacionar; então, eu disse:
— Não se preocupe. Pare bem em frente á porta do prédio, que eu me
viro.
Ele parou, e esperou até que eu pedisse socorro para alguém no
salão de cabeleireiros, que fica no térreo, e só foi embora, depois que uma das
moças do salão, veio me resgatar, apertou a campainha certa, a porta automática
foi aberta, agradeci a moça, e desapareci do seu campo visual.
Entrei, agradecendo a preciosa ajuda do “anjo” que trabalha no
salão.
Quando ouvi a voz da luciana (já somos intimas; praticamente
amigas de infancia), e percebi seu vulto, no alto da escada, para que ela não
precisasse descer para me encontrar, subi as escadas correndo, cruzando com seu
paciente, que descia, educadamente e cuidadosamente, as escadas.
Ao contrário de mim.
A Luciana quase teve uma síncope, de medo que eu caísse nas
escadas; quando encontrei com ela, estava ofegante e se abanando.
Foi tomar àgua e disse que precisava se recuperar do susto.
— Ainda bem... Que tomei meu remédio... ara pressão, hoje de
manhã... — ela me disse, ainda com a respiração alterada.
Embora eu estivesse achando a situação engraçada, me senti culpada
pela brincadeira de mau gosto, e disse:
— A vingança da paciente!
Pobre Luciana, o pior é que, tenho certeza, que nenhum paciente
dela teria motivos para isso, pois além de ser uma profissional de primeira
linha, competentíssoma, é muito delicada e sensível.
Acho que vou ter que me desculpar, pelo resto da vida...