Tombos inesquecíveis – (2ª Parte)
Moramos seis anos em Apiaí, interior
de São Paulo, onde também chegou a morar, alguns anos, a grande escritora,
Lygia Fagundes Telles, pois, seu pais era juiz.
Meu
pai, por sua vez, foi uns dos pioneiros
à trabalhar na implantação da fábrica de cimento da Camargo Correa: cimento
Eldorado.
De volta pra Poá, nem me lembro como
foi, mas a minha mãe já tinha providenciado a minha matricula na mesma classe de
nossa prima, Lizete.
Por ironia do destino, enquanto
morávamos no centro de Poá, na casa dos meus avós, perto da estação de trem, eu
estudava no colégio perto da minha antiga casa, que era ao lado da outra que
estava sendo construída.
Nas idas para do colégio, muitas
vezes, providencialmente, pegávamos uma carona com o pai da Lizete, mas, na
maioria das vezes, íamos caminhando e sempre encontrávamos os colegas, pelo
caminho, e já íamos conversando, animadamente.
Eu,
como sempre, “falando pelos cotovelos”, entre as meninas, me distraí, e não
percebi, um daqueles enormes latões de lixo, que ficava em frente ao
supermercado, no meio da calçada, e bati em cheio, quase caindo de cabeça
dentro do latão.
As
meninas, ficaram constrangidas, por não terem me avisado à tempo, mas,
tratei de isenta-las de qualquer culpa, minimizando o acontecimento, levando
tudo na brincadeira.
Afinal,
ninguém tinha culpa, pois foi mais distração do que falha de visão.
Mas,
em outra vez, na saída do mesmo colégio, ao descer da calçada, para atravessar
uma rua de cascalhos, cheia de buracos, torci o pé e caí tão rápido, que nem
deu tempo, de me apoiar nas meninas, ou, de que elas pudessem me segurar.
Dois meninos, colegas de classe, que
vinham atrás de nós, ao invés de correrem para me socorrer, ou pelo menos
perguntar se eu precisava de ajuda, passaram por nós, dizendo:
—
Feliz aterrissagem!
Nooooossa!
Ficamos
decepcionadas, indignadas com a atitude deles, já que eram dois dos “gatinhos”
mais cobiçados da classe.
Apesar
da dor, pela torção do tornozelo, nem falamos mais do meu tombo, e sim, da insensibilidade
e falta de cavalheirismo da parte deles.
Eles caíram muito no nosso conceito,
naquela época. Agora, depois de tanto tempo, percebo que foi apenas, imaturidade.
Quanto
à minha prima Lizete, desde aquele tempo, por estar sempre por perto nestas
situações, me socorrendo e me amparando, é tambem considerada, meu “Anjo da Guarda”.
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