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Uma deficiente visual (Retinose Pigmentar), que vê a vida, como um presente à ser desfrutado.

sábado, 3 de setembro de 2016

A vida por 1 ponto de vista - Cap XVI (3ª Parte)

Tombos inesquecíveis – (3ª Parte)

Quando entrei na faculdade (Arquitetura, Paisagismo e Urbanismo), mudamos para a casa nova, meu irmão (cursando Direito) e eu, tinhamos que ir até a estação do trem, próxima a casa dos meus avós, onde moramos provisoriamente, para pegar o trem dos estudantes.
            Ironias da vida.
O lado bom, é que meu pai, meu pai nos dava carona, na ida, e encontrávamos, com amigos que sempre nos ajudavam nos embarques e desembarques dos trens.
            A viagem, já era uma festa, pois, mesmo estudando em cursos diferentes, íamos todos juntos, e muitas vezes, na volta, encontrávamos alguns amigo, pegando o trem no mesmo horário.
            Um ano depois, a Elayne e o Rudson também entraram na Arquitetura, e isso facilitou muuuuuito a minha vida, pois me sentia mais segura, em contar com a companhia deles; depois de algum tempo, a Sílvia (que chamamos de Sílvia Mazzucca, por causa do sobrenome materno, e do seu tio-avõ,  músico famoso), se juntou a pleiade dos meus anjos protetores.
            Mas, nem sempre os nossos horários coincidiam, mesmo depois que ficou pronta a Estação dos Estudantes, muitas vezes, eu tive que voltar sozinha e como me sentia muito insegura, até hoje tenho pesadelos, sentindo esta insegurança de ter que pegar o trem, sozinha, com tanta dificuldade visual.
            Na minha classe, a maioria dos alunos era de São Paulo, e isto dificultou muito, nossa convivência fora da faculdade, por isso as amizades não se aprofundaram, infelizmente.
            Um dia, saindo mais cedo do que esperava, por causa da falta de um professor, saí mais cedo, e quando estava chegando no saguão de entrada, ao invés de virar à esquerda, no saguão, para sair pela porta principal, resolvi ir em frente, até a cantina, para ver se encontrava alguém conhecido que me acompanhasse até a astação,
            Foi aí que dei azar.
            Ao ir em frente, não percebi que tinha uma caixa de inspeção, aberta,
sem qualquer sinalização, e caí em um buraco de mais ou menos 40 cm de profundidade, espetando um ferro estrutural, na “canela” direita.
            A engenharia estava em peso, no saguão, em uma reunião de diretório, e ao cair, de vergonha, saí imediatamente, sentindo umas mãos, me ajudando e me apoiando.
             Parecia um anjo saído do nada.
 Era o Celso, uma colega de classe.
            Eu estava tão tonta, com tanta dor, que fui em direção ao banheiro feminino, amparada por ele, sem lembrar que o acesso era restrito às mulheres.
            Em questão de minutos, uma funcionária da faculdade, entrou, me dizendo que meu colega havia pedido para que ela entrasse no banheiro e me ajudasse.
            Ela me levou para o ultimo box, que tinha chuveiro e ligou o chuveirinho para lavar o sangue da minha “canela” que jorrava forte, impedindo que a agua limpasse o ferimento.
A funcionária, então, enrolou um rolo inteiro de gase, bem forte, para estancar o sangue prendendo a gase, com esparadrapo, para que eu pudesse pegar o trem, e em Poá, procurar socorro.
Quando estava saindo pela porta principal, o Celso e um amigo vieram logo atrás de mim, que estava mancando. e o amigo dele brincou comigo, dizendo:
—Deixa que eu chuto!
Fingi que achei graça, morrendo de dor, e muito boba, nem pedi ajuda.
Logo depois, encontrei com eles, rapidamente, na estação, com a dor aumentando, mas, dando graças à Deus, não ter perdido o trem, pois, queria chegar em casa o mais rápido possível.
Quando cheguei na estação de Poá, ao descer do trem, o curativo começou a cair com o peso do sangue. Estava encharcado.
Então, com cuidado, fui até a farmácia do “seu” Pedrinho, e pedi para que ele fizesse um curativo.
O farmacêutico examinou com cuidado, e me disse que drtis mrlhor que alguém me levasse ao Pronto Socorro, pois, o ferimento necessitava de pontos.
Ele mesmo, ligou para minha casa e meu pai, veio me buscar, imediatamente.
Meu pai, sempre tão cuidadoso com seu carro, estava tão nervoso, que ao abrir a porta, bateu em um poste; mas, nem ligou.
Entrou correndo na farmácia e me levou para o Pronto Socorro, enquanto eu fui contando como tudo aconteceu.
Tiveram que me dar 2 pontos internos e alguns externos, o que me surpreendeu, por ser uma parte tão perto do osso, uma injeção antitetanica. Com uma dose “cavalar” de analgésico.
No dia seguinte, quando meus colegas de classe, me viram de muletas, e aquele curativo enorme, ficaram surpresos, pois, não tinham noção de que o ferimento havia sido tão grave.
Só, então, tive oportunidade de agradecer ao Celso, pelo seu socorro tão providencial.
 

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Reflexões

Para cima, e para o alto!



Se um dia, menino

A vida lhe pega

Andando sem tino

Caindo na pedra



Não fica, menino

Por causa da pedra

Como o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Um dia essa pedra

Com mêdo de alguém

Com o corpo em queda

Pode ir além

De um poço sem fim



Não fica, menino

Por causa da pedra

Com o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Silvann@____