Aventura em Peruíbe
Novamente, estava em Santos, no apartamento dos pais da Elayne e
do Tico, e resolvemos fazer um passeio em Peruíbe.
Eu não conhecia as praias que ficam ao sul de Itanhaém, por
isso, fiquei muito empolgada.
Quando chegamos à cidade, demos uma volta, e paramos na beira do
rio, que diziam que tem lama negra, medicinal.
Tinham várias pessoas com máscaras de areia, e algumas até
enterradas, só com as cabeças de fora.
Fiquei meio impressionada, quando eles me contaram a cena, pois,
meu campo visual, não alcançava toda a extensão do cenário à nossa volta.
A “tia” Elza, mãe da Elayne, resolveu fazer uma vala para
colocar as pernas dela, e da D. Conceição, sua mãe.
Nem sei o porquê. Nunca ouvi falar que elas tivessem reumatismo,
ou qualquer coisa parecida.
A Elayne, comentou que seu pai estava do outro lado do rio.
Eu fui entrando da água, dizendo:
— Vamos encontrar com ele?
Nem dei tempo para ela
responder, e fui logo entrando no rio e nadando...
Alguns garotos que
estavam por ali, começaram a mexer comigo, dizendo:
— Não vá, meu amor...! Volte...
Eu comecei a sentir a correnteza do delta do rio, perto do mar,
e senti um pouco de medo.
Os pensamentos passavam rápido pela minha cabeça: “Será que é
melhor voltar?”
Mas fiquei com vergonha, com medo de encontrar com os
moleques...
Depois pensei: “Bem, se o “tio” Alcides, atravessou, é porque
não tem perigo”.
E continuei nadando, percebendo a correnteza, que me levava em
direção ao mar, e por isso resolvi nadar em diagonal, para chegar do outro lado
na direção certa.
No começo, pensei que a Elayne estivesse atrás de mim, mas...
Não estava.
Quando cheguei á outra margem, bem cansada, encontrei com o “tio”
Alcides, me esperando, dizendo:
— O que você está fazendo aqui, menina?
— Ah... A Elayne falou que o senhor estava aqui, então resolvi vir
também...
Ele falou assustado:
— Mas, eu vim por aquela pontinha de madeira, ali. — falou me mostrando a ponte, com um gesto de cabeça — Nossa, você poderia ter sido levada pela correnteza, para o mar...
— Bem, agora sabemos que podemos vir à nado... — falei brincando, meio sem graça — E é mais perto. Vamos voltar nadando?
Ele topou, e voltamos nadando. Só que desta vez, eu estava bem
mais segura em sua companhia.
Quando chegamos à outra margem, eu estava exausta, mas nem
queria demonstrar, depois daquela travessura tão arriscada.
A Elayne, sua avó, Conceição, e a “tia” Elza, também tinham
ficado bem assustadas, mas ficaram um pouco mais tranquilas, quando viram que
eu estava voltando com o “tio” Alcides.
Ainda bem que não era a minha mãe, que estava com elas, senão, ela
teria tido uml “treco”, ou então, tenho certeza que me daria um bom corretivo!
Merecido, naturalmente.
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