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Uma deficiente visual (Retinose Pigmentar), que vê a vida, como um presente à ser desfrutado.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

A vida por 1 ponto de vista - Cap XV

Correndo riscos

Em Caraguá, na Praia das Palmeiras, sempre fazíamos caminhadas. Para maior eficácia dos exercícios, contávamos a resistência da àgua.
            Quase sempre íamos para o norte, em direção ao centro da cidade, até o rio vermelho que marcava a divisa com a Praia do Indaiá.
            Antes de chegar no mar, o rio Vermelho se abria em um “delta”, mais raso, facilitanto a travessia.
Uma tarde, meu irmão, meu primo Nilton e eu, combinamos uma caminhada sem a companhia de adultos, pois, como toda criança e adolescente que éramos, estávamos curiosos para conhecer uma parte do rio acima, onde tinha a ponte da BR-101 que, rotineiramente. atravessávamos de carro.
Logo depois de atravessarmos o rio, na parte da praia, seguimos pela margem do rio que fazia uma curva, escondida por uma densa vegetação, que formava uma espécie de túnel, sobre o rio, que impossibilitava o ângulo de visão rio, de quem olhava da praia.
Como passávamos sempre por lá, esta impossibilidade acabou aguçando nossa curiosidade, e por isto, quando estávamos caminhando, pela manhã, combinamos de voltar lá, enquanto nossos pais, tios e avós, estivessem descansando ou distraídos, como se fosse uma grande aventura.
Constatamos que era um recanto lindo, e parecia que ali o rio já era bem mais fundo e com uma certa força na correnteza.
Como meu irmão e eu já tinhamos baixa visão, meu primo Nilton foi na frente, enfrentando os empecilhos e ao mesmo tempo, descrevendo e nos orientando.
Isso já era natural, para todos nós.
Rotineiro e inconsciente.
De repente, o Nilton pisou em uma parte arenosa e mole, e quanto mais ele se mexia, mais afundava.
Era areia movediça!
Ficamos muito assustados, pois já tínhamos conhecimento de casos, em que as pessoas eram engolidas e desapareciam nessas condições.
Apenas, desapareciam, e mais tarde deduziam o que havia acontecido com elas.
Ouvindo estas histórias, aprendemos que a pessoa nestas condições de perigo, deve se movimentar o menos possível até ser socorrido.
Então procutamos manter a calma e procuramos um galho bem forte, por perto, empurramos até ele, para que, assim, ele pudesse sair aos poucos, com a nossa ajuda, sem chegarmos muito perto, para não corrermos o risco de pisar naquela areia.
Assim que ele conseguiu sair, o dia já terminando, voltamos para casa, muito assustados, pensando no que poderia ter acontecido...
Combinamos de manter esta historia em semgredo, mas, depois de alguns dias, contamos para o tio Florentino, pendindo antes, que ele nos prometesse não contar à mais ninguém.
Nunca mais fomos à lugares desconhecidos sem um adulto por perto.
O susto foi grande demais, por isto a lição foi inesquecível.
 

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Reflexões

Para cima, e para o alto!



Se um dia, menino

A vida lhe pega

Andando sem tino

Caindo na pedra



Não fica, menino

Por causa da pedra

Como o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Um dia essa pedra

Com mêdo de alguém

Com o corpo em queda

Pode ir além

De um poço sem fim



Não fica, menino

Por causa da pedra

Com o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Silvann@____