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Uma deficiente visual (Retinose Pigmentar), que vê a vida, como um presente à ser desfrutado.

domingo, 28 de agosto de 2016

A vida por 1 ponto de vista - Cap XIII

 Aprendendo a dirigir

Minha prina Nancy, sempre foi mais que prima: uma irmã pra nós, meu irmão e eu.
Por isso, quando ela tirou carta, mesmo sendo pequenos, pedimos à ela nos ensinasse a dirigir.
Meu tio, tinha uma Kombi, e minhas pernas, mal alcançavam os pedais.
O fato de termos uma visão limitada, era tão natural, para nós três, que nem passou pela nossa cabeça, que isto fosse empecilho.
Íamos para um bairro bem deserto, de Poá, e lá, trocávamos de lugar com ela, que ia nos oeientando e assim, aprendemos a dirigir.
A felicidade que senti era indescritível. Uma mistura de sentimentos de liberdade, poder... Sei lá...
Me lembro que ficávamos até o final da tarde, aproveitando o final da lua do dia e vendo o por do sol, no alto da cidade Kemmel, naquela época, um bairro bem deserto e descampado.
Mais tarde, mesmo sabendo que não poderíamos tirar carteira de habilitação, agradeço á Deus e a minha prima, por ter aprendido a dirigir, poi, até hoja, acho que ter noções de direção, é uma questão de prevenção e segurança.
Eu sempre pensava na hipótese de  alguém que estivesse dirigindo ao meu lado, pudesse passar mal, ou qualquer coisa assim, e sabendo dirigir, eu poderia dar um jeito de conduzir o carro para um lugar seguro... Sei lá...
Meu pai, sempre matava nossa curiosidade enquanto dirigia, e ficávamos perguntando:
— Quando usar o pisca alerta?
— Porque não pode ultrapassar pela direita?
E nos aconselhava como se um dia, ainda fossemos dirigir:
— Sempre devemos prioridade aos veículos que estão à serviço, como: caminhões, ônibus, taxis, etc...
A Elayne, quase nossa irmã, também, quando tirou carta, me deixava dirigir na praia. Só pra matar a vontade...
Uma vez, quando estávamos indo para a casa dela, em São Paulo, fazendo um trajeto um pouco diferente, por uma avenida nova, em São Miguel Paulista, ao fazer uma curva para a esquerda, com paralelepípedos, o carro derrapou e ficou nas duas rodas da direita, e eu falei rápido, automaticamente:
— Tira o pé do freio! TIRA O PÉ DO FREIO!
Ela tirou, automaticamente.
O carro deu uma volta de 180º, e parou no acostamento da pista que estávamos, completamente contramão.
Graças à Deus, nessa época, a avenida, nova e pouco conhecida, tinha pouquíssimo transito, e por isto, não sofremos um, muito provável acidente, com graves consequências.
Quando vi que estávamos paradas na contramão, no acostamento, tive um ataque de riso, de tão nervosa e ao mesmo tempo, aliviada.
Saímos ilesas, pelas mãos, de Deus, tenho certeza.
Não sei como a Elayne conseguiu continuar dirigindo depois de um susto tão grande.
Ela simplesmente, fez a manobra, com cuidado, virando ao contrário e entrando novamente na avenida.
Eu fiquei totalmente descompensada, emocionalmente.
Ela me perguntou:
— Como você sabia que eu tinha que tirar o pé do breque, pra gente não capotar?
— Ah... Foi automático — acho que absorvi bem, as lições do meu pai...
E continuei:
— Sou curiosa e sempre fantasiei que era co-piloto do meu pai, da minha mãe, da Nancy, sua, ou de quem quer que estivesse no comando do volante.
 

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Reflexões

Para cima, e para o alto!



Se um dia, menino

A vida lhe pega

Andando sem tino

Caindo na pedra



Não fica, menino

Por causa da pedra

Como o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Um dia essa pedra

Com mêdo de alguém

Com o corpo em queda

Pode ir além

De um poço sem fim



Não fica, menino

Por causa da pedra

Com o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Silvann@____