Acho
que não vi o gatinho...
As
casas, da minha avó e do tio “Filico”, sempre foram a extensão da minha e eu
conhecia cada canto, cada degrau e por isso circulava por elas com desenvoltura
como se visse tudo, normalmente.
Um
dia, quando estava saindo pela porta da cozinha, que tinha dois degraus, pisei
em uma coisa diferente, e quase caí.
Percebi
que a gata, da minha prima Nancy, estava amamentando seus filhotes e um dos
gatinhos andava, trôpego, cambaleando...
Corri,
desesperada, para minha casa, chorando...
Cheguei,
afogueada, pedindo ajuda, dizendo:
— A... A... Acho que... Matei um
gatinho...!
Meu
pai, acabando de chegar do trabalho, falou que iria comigo ver se o gatinho
estava bem, e disse:
— Calma... Gatos tem sete vidas...
Quando
ele estava acabando a frase, minha avó Anna, entrou esbaforida, falando:
— Ai, sabe que mataram um dos
gatinhos, degolado...?
Caí
no choro novamente, desesperada.
Quando
a minha avó percebeu que fui eu quem pisou no gatinho e tentou contornar a
situação, já era tarde, não dava mais para consertar.
Fiquei
com um sentimento de culpa que carrego até hoje, embora tenha consciência de
que não foi proposital, uma sensação de tristeza sempre vem à tona quando me
lembro deste incidente.
Os
bichinhos, são bênçãos da natureza.
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