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Uma deficiente visual (Retinose Pigmentar), que vê a vida, como um presente à ser desfrutado.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Não basta ser míope...? Tem que se coçar?:-

Até a puberdade, eu era muito magrinha, franzina, e minha mãe até chorava para que eu comesse.
           Meu pai, ao contrário, dizia à ela:
—­ Não chora, não força... Um dia, você vai chorar  pra ela parar de comer.
            Não deu outra.
            Aos vinte e poucos anos, eu tinha um corpo curvilíneo, que chamava a atenção.
Na praia, usava biquini de lacinhos, cortininha... Mas nunca usei “fio dental”.
            Sempre fui de opinião, de que o explícito tira a sensualdade.
            Eu gostava, inclusive, de usar um cordão com uma maçãzinha mordida, de ouro, na cintura. Fazia o maior sucesso!
            Mas foram aparecendo umas bolhinhas no pescoço, que coçavam, depois, elas foram aparecendo em outras partes do corpo, nas dobras,como: axilas,etc...
Logo, suspeitamos, que poderia ser o mesmo problema de pele, da família do meu pai.
            Uma amiga, conseguiu marcar uma consulta pra mim, no ambulatório de Dermatologia do Hospital das Clínicas, para uma avaliação
Entramos na sala de consulta, minúscula, que deve medir menos de 6 m2, com uns 4 ou 5 médicos, que me perguntaram o motivo da consulta.
Tenho a impressão que é o mesmo problema da família do meu pai.
Continuei:
Pênfigo, Benigno, Crônico, Familiar, de Harley-Harley.
Acho que falei num tom de quem estava recitando: “Batatinha quando nasce...”
Um segundo de silêncio... E todos, caímos na risada.
O diagnóstico foi confirmado, através de exames, e passei à ser acompanhada pelo ambulatório geral, de dermatologia; e depois de algum tempo, no ambulatório de Pênfigo,
Um dia, fui apresentada aos alunos, como “o pior caso de Pênfigo”,
Não resisti, e comentei:
            Puxa, doutora, pelo menos sou a primeira em alguma coisa!
E continuei, rindo, em tom orgulhoso:
—Me sinto práticamente uma celebridade!
No dia do ataque às torres gêmeas de NY, eu estava passando uma temporada, internada no HC.
Quando a médica constatou que eu estava com mais de 40% do corpo tomado pelas lesões, achou melhpr me internar.
Chorei.
E ela me garantiu que não seria ruim.
Confio nela, totalmente, e fui em frente.
Foi ótimo.
Os banhos de banheira, ao invés de sais e espuma, eram de permanganato, mas, tão deliciosamente reconfortante, que eu me sentia uma estrela de Holiwood.
Aproveitei para pegar umas receitinhas, pois, a comida era muito saborosa.
Tenho uma amiga de infância, que condoída , comentou:
Poxa, Sil, já não bastava o seu problema de visão...?
Quem dera, seque a vida fosse assim.
Que uma coisa, excluísse a outra.
Quando as crises são muito fortes, fico me coçando tanto, que pareço um macaquinho.
Então, tive uma idéia: acho que vou praticar arborismo.
Que tal?

(Esta e outras histórias divertidas, ou não, estarão no livro:
A vida por 1 ponto de vista)

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Reflexões

Para cima, e para o alto!



Se um dia, menino

A vida lhe pega

Andando sem tino

Caindo na pedra



Não fica, menino

Por causa da pedra

Como o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Um dia essa pedra

Com mêdo de alguém

Com o corpo em queda

Pode ir além

De um poço sem fim



Não fica, menino

Por causa da pedra

Com o corpo fechado

Com um corpo de pedra



Silvann@____